sábado, 28 de janeiro de 2012

NADA ANTEPOR A CRISTO



Bom dia, povo de Deus!

Estão terminando as minhas férias, e eu posso dizer que consegui descansar, finalmente. Foram quase 30 dias em casa, sem quase viajar, mas curtindo minha casa e meus amigos. Segunda-feira já será dia normal de trabalho, dando as boas vindas à produtividade em 2012; não que eu não tenha produzido durante as férias, quando dei umas boas faxinas na casa, mas agora é hora de colocar os pés na rua e voltar à rotina casa-trabalho-igreja-amigos. A esta rotina, já incluí a oração como rotina neste ano de 2012, no sentido de intensificar a espiritualidade, deixando Deus falar em mim. 2011 foi o meu ano de falar a Deus as aspirações do meu coração; este ano será Ele quem me dará suas sugestões para viver.


Quero viver este ano de trabalho e oração com profundidade, sem permitir que a correria me impeça de estar com Deus. Seja no ônibus, no intervalo para o almoço no trabalho, em atividades domésticas daqui de casa, em tudo quero deixar que Cristo seja todo em meu nada. Ele, misericordioso, debruça sobre minha miséria e me faz alçar voos mais altos. Eu, pobre pecador, permito que Ele entre em minha casa, meu trabalho e meus afazeres na paróquia para que meus trabalhos frutifiquem e me edifiquem.

"Christo nihil praeponere!" Será este o meu lema do ano de 2012. "Nada antepor a Cristo!" Deixar que Ele dirija meus passos e me guie pelos caminhos que melhor lhe aprouver. São Bento, que me inspira a "orar e trabalhar", é o mesmo que me indica que nada devo observar que não seja primeiro o amor de Deus. Nada. Tudo deve partir da graça de Deus e, ao mesmo tempo, conduzir a ela. Não há sentido trabalhar e edificar muito sem o amor, que é a liga verdadeira que mantém os homens unidos ao Cristo.

Estou me distanciando de certas ideias incompletas, que não permitem que experimentemos o amor de Deus em uma mística legítima. Há correntes filosóficas e teológicas que, na tentativa de humanizar as experiências com o divino, acabam se tornando uma experiência apenas sociológica, sem um sentido cristão autêntico de vida que se vive na oração.


Quando experimentamos o Cristo, sentimos o amor que arde em nós e nos impulsiona para águas mais profundas. Aí sim, pode ser realizada a vivência completa do cristianismo, que vem de Deus, passa por nós, chamados ao serviço, e se traduz em graças na vida das pessoas, seja na promoção humana subjetiva ou em algum bem na sociedade. Oração e trabalho não se excluem, mas se completam; caso contrário seria "oração OU trabalho".

Sentar para ouvir um idoso contar um caso repetido pela milionésmia vez, visitar um enfermo, levando-lhe uma palavra de conforto, doar uma sesta básica a alguma família necessitada, tentar ajudar algum pai de família desempregado, juntar roupas inúteis para alguma campanha em tempos de frio ou chuva intensos... há tantos meios de se promover o bem sem deixar que a misericórdia seja também experimentada por nós. A consciência na hora de votar é traduzida em uma vida política mais sadia, o que não quer dizer que a política seja o único meio de promoção social -- porque não o é, definitivamente.


Estou vivendo este ano de 2012 assim, pensando na vida e agindo no silêncio do meu coração. Estou em pleno momento de preparação para me consagrar de um modo mais radical a Deus e, com São Bento, Santa Teresinha do Menino Jesus, São João da Cruz, Santo Agostinho, São Pio de Pietrelcina, São José e, claro, a grande Mãe de Deus, Maria Santíssima, estou nutrindo a simplicidade e a alegria de viver em Deus. 2012 é o ano de viver o lema beneditino de "nada antepor a Cristo", de segui-lo radicado em sua palavra: "Vem e segue-me" (Mt 9,9).

Hoje proponho muito mais que uma música, mas que possamos tomar posse dessa canção em nossa vida.

COM TUA MÃO
Suely Façanha


Que Deus nos abençoe em nossos projetos e sonhos. Ele os fará concretizar, para o nosso bem e de toda a Santa Igreja.


Eduardo Parreiras

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

DIVINA PROVIDÊNCIA



Olá!!!

Hoje eu tenho uma nova partilha e resolvi vir ao blog para escrever. As letras são um refúgio poderoso, quando não consigo rezar. Escrever me redime das partilhas enclausuradas, que não podem ser anunciadas aos quatro ventos. A clausura das palavras faladas pode finalizar nas palavras escritas.

Comecei este dia com o coração atribulado, ao melhor estilo "coração na mão". Sabe aquele dia em que o desespero insiste em tomar conta, embora a razão não queira? Pois é, assim tem sido o meu dia de hoje. Quando me sinto fraco, desconsolado, lembro de duas pessoas muito importantes na minha vida: Maria, Mãe de Deus e Nossa, e Teresinha do Menino Jesus.

Primeiramente, recorro à Santíssima Mãe de Deus, por ter ela guardado todas os seus louvores e aflições no coração. Preciso aprender com ela, pois ela me ensina muito a confiar em Deus. Durante o ano de 2011, na caminhada vocacional da Família Espiritual das Irmãs Beneditinas da Divina Providência, aprendi com Maria, Mãe da Divina Providência, que Deus cuida de tudo. Tudo mesmo! Basta confiar e deixar-se abandonar nos braços de Deus. Foi o ano do "confiante abandono à Divina Providência".

Maria, Mãe da Divina Providência

Abandonar-se é, por natureza, um verbo reflexivo, que exige ao mesmo tempo uma ação e reação. Deus me diz: "Pula!", e eu devo pular mesmo! Devo confiar nos braços de Deus como aqueles vocalistas malucos de bandas de rock, em seus shows alucinados e alucinantes. Acho aquilo um barato! Do nada, os caras pulam no meio da galera, que vai à loucura!!! Quando tenho a maturidade de fazer isso nos braços de Deus, o Céu também vai à loucura com meu gesto. E assim acontece com cada um de nós... Temos que ser ousados e pular na graça de Deus. Isso é abandonar-se à Divina Providência e aprendi com Maria!

Depois, recorro à intercessão de Santa Teresinha, mulher jovem e audaciosa na fé. A audácia de Teresa de Lisieux era tão grande, que não ousou em afirmar: "Passarei o meu céu fazendo bem à terra!" Ela tinha uma certeza intocável da salvação. E aderiu a ela. Temos que aderir a cada dia ao projeto salvífico de Deus em nossas vidas. Afinal, como afirmou a própria Teresinha, "para amar a Deus temos somente HOJE!" Isso me faz lembrar também um grande santo de nossa Igreja, que nos convida à imediata conversão: Santo Expedito. Ele sempre tentava postergar sua conversão, apegado demais aos prazeres deste mundo. Mas Deus inspirou-lhe que a conversão deve ser no "hoje", e não no "amanhã". Teresinha e Expedito tem muito em comum neste aspecto da redenção. Não devemos deixar para amanhã a conversão que precisamos viver hoje. O ontem já não nos pertence, e toda e qualquer manifestação dele é uma tentação demoníaca ou provação humana, que tenta nos embaraçar diante da graça, sempre atual, de Deus.

Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face - Teresa de Lisieux

Deus tem me presenteado demais ultimamente com amigos que intercedem por mim. Não os considero anjos, porque anjo nos guarda em seu estado angelical de origem celeste. Os amigos, quando rezam por nosso bem, praticamente garantem a nossa conversão. Eu não vou mencionar os nomes aqui, mas aqueles que rezam por mim sabem que este post de hoje é dedicado a eles. Confio cada um deles à intercessão da Bem-aventurada e Sempre Virgem Maria, a quem devoto o meu caminhar de sempre, especialmente este ano de 2012; também os confio à intercessão de Santa Teresinha que, como jovem, soube ser mestra na fé e doutora da humildade.

Hoje, mais que nunca, em meio à tribulação, ouço e partilho com vocês a belíssima música "Regaço Acolhedor", da Ir. Kelly Patrícia. "Minha Mãe é a Virgem Maria, é ela que agora vai me acolher, me abraçar, me perdoar, me compreender... me acalmar, me ensinar, me educar, me formar, me amar!" A ela, entrego toda a minha vida e vocação, repetindo, não por simplesmente repetir, mas por assumir em minha vida o lema pontifício do Bem-aventurado Papa João Paulo II: "Totus Tuus, Maria!" Eu sou católico demais para não confiar minha vida à intercessão de Maria. Fato.



sábado, 21 de janeiro de 2012

UM TEMPO PARA CADA COISA



Boa tarde!

Hoje me aconteceu algo inusitado. Na última quinta-feira eu tive o prazer de conversar com meu amigo, Pe. Ângelo, que me convidou a fazer um passeio hoje, sábado, a Itaverava, cidadezinha pacata do interior de MG. Aceitei o convite, afim de colocar as conversas em dia. Marcamos hoje, e ele ficou de me pegar na PUC-Coração Eucarístico, pois sairia da Rádio América, próxima de lá.

Hoje, pelas 06h30min da manhã, Pe. Ângelo me liga. Acordei desorientado e, quando atendi, ele me perguntou porque eu não havia ido encontrá-lo. Achei que já fossem 18h30min!!! Hahaha... Pensei: "certo que fui dormir às 03h da madrugada, mas não precisava ter dormido tanto assim!" Então lhe disse: "Mas, padre, ainda é manhã!" E ele me respondeu: "Sim, querido. Meu programa na Rádio América é no fim da madrugada!"

"Meu Deus! Então, não tenho como ir contigo a Itaverava, pois você vai se atrasar!" E Ele: "Vou ficar esperando você me ligar para nos encontrarmos então!"



Eu havia marcado com uma "cyber" amiga, a querida Patty Barbosa, seguidora e fiel leitora deste blog, de nos encontrarmos, pois ela mora nessa pitoresca cidade do interior de MG. Depois do ocorrido, tive que desmarcar com ela o momento de nos conhecermos pessoalmente. É que sempre rezamos juntos pela internet, e um pelo outro em nossos momentos de intimidade com Deus.

Estou contando resumidamente essa história que, infelizmente, aconteceu na realidade nesta manhã. Confesso ter ficado chateado por ter me enganado com relação ao horário de encontro com meu amigo. Eu mesmo perdi a oportunidade que havia procurado e estava aguardando com certa ansiedade.

Situações como essa acontecem muitas vezes em nossa vida. Sabe o que faltou para que não ocorresse o engano? A simples pergunta: manhã ou tarde? Embora eu não tivesse a dúvida quando combinamos, ela existiu e atrapalhou meus planos, mesmo sem eu querer. Quantas vezes programamos coisas que terminam em erro? Os assuntos a tratar com o padre são importantes, e eu não queria deixar para depois. Mas o "vacilo" me força a postergar a partilha. Sei que o padre me perdoará. Ele tem um coração enorme, rsrs! Mas na nossa caminhada, a coisa fica mais séria. E se não der tempo de voltarmos para Deus? Conversão não é algo que possa ser remarcado; horário é horário, e é agora!

Sinto que, embora eu tenha buscado Deus intensamente, continuo o mesmo "lesado" de sempre. É engraçado mesmo!!! Sou muito devagar para algumas coisas! Não presto a devida atenção ao que realmente faz diferença. Claro! Há 06h30min pela manhã e pela tarde!!! Uma confusão de nada mais nada menos que 12 h! Por mais que busquemos aprofundar nossa vida de oração, é preciso também ficar alerta ao tempo presente. Quando estamos em um processo de maturidade espiritual, podemos nos prender à eternidade e esquecermos do tempo presente. Creio que a experiência de hoje é válida para minha maturidade integral, como homem de Deus que vive no mundo. A eternidade não pode anular o nosso tempo, enquanto ainda vivemos neste mundo. Confesso ainda não ter aprendido a lidar com uma coisa e outra simultaneamente. Minha sede de eternidade me faz perder as contas do tempo, e preciso reverter isso. Tenho que aprender a amar a eternidade a partir do meu tempo. Só assim poderei alcançar o céu, tendo pisado a terra.


Esta é uma das minhas metas para 2012: ter mais consciência do tempo. Sou muito relapso com ele. Sou um péssimo administrador do tempo e preciso me converter, mudar de direção na divisão das minhas tarefas. Por que tenho tanta dificuldade em estabelecer as prioridades? Será um trabalho árduo, mas me fará crescer muito. Uma coisa nos é necessária: manter a fé e a alegria. Sempre.

Amadureçamos. Toda colheita tem um tempo certo.

A música de hoje é bem sugestiva. Nosso grande e querido Eugênio Jorge e sua patota do Mensagem Brasil nos enchem de esperança com esta canção. "Tempo de amar!"


Abraços!!!

Eduardo Parreiras

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

ENCONTRAMOS O CRISTO!



Segunda-feira, dia de trabalho, certo? Errado! É um dia merecido de descanso em minhas férias, e reservei esta parte da manhã para um momento mais profundo de oração.


Retomando o Evangelho deste domingo, que se encontra em Jo 1,35-42, duas coisas me chamaram a atenção: primeiramente, o diálogo de Jesus com seus discípulos, quando lhes pergunta: "O que procurais?" Esta é uma pergunta que nós nem sempre precisamos responder, mas sempre fazê-la a nós mesmos. A filosofia nos ensina com beleza e maestria que as respostas nem sempre são o caminho mais eficiente, mas as perguntas. Na verdade, a pergunta bem elaborada dá o mesmo trabalho que uma resposta à altura. Sendo assim, e nós, o que procuramos? Qual é a verdadeira sede do nosso coração, aquela que nada no mundo pode saciar? Qual é a verdade que procuramos incessantemente, que não permite que o nosso coração esteja tranquilo até o momento do encontro? Santo Agostinho, em suas "Confissões", rezava ao Senhor, dizendo: "Inquieto está o meu coração, enquanto não encontra a Ti!" Busquemos sempre e nossa sede será saciada.


Embora nem toda pergunta precise de uma reposta pronta, os discípulos respondem, certamente com uma imprecisão enorme, por ainda não ter andado com o "Mestre": "Rabi (que quer dizer "Mestre"), onde moras?" O endereço, por incrível que pareça, diz muito a respeito das pessoas, desde os tempos antigos. Para quem é de BH, qual a diferença em dizer que se mora no Bairro Mangabeiras ou em Contagem (meu caso, rsrsrs)? A humanidade é preconceituosa desde sempre (vale lembrar que, no próprio Evangelho surgiu a pergunta: "Por acaso pode sair algo bom de Belém?", referindo-se ao fato de Jesus ter nascido lá). Dependendo da resposta de Jesus, eles poderiam elaborar uma ideia mais próxima da realidade sobre a sua pessoa. Mas Ele não diz imediatamente "Nazaré", mas "Vinde ver". Então, os discípulos o acompanharam e "permaneceram" com ele. Jesus conseguiu, portanto, que os discípulos, já no primeiro encontro, ficassem com Ele. E isso bastou naquele momento.

Em segundo lugar, prendeu a minha atenção a adesão imediata de André a Jesus pela apresentação de João Batista, que se referiu a Jesus como o "Cordeiro de Deus". Sabemos que os hebreus tem um apreço muito grande pelo cordeiro, animal escolhido por Deus para os sacrifícios. Jesus é aquele que vem como "cordeiro expiatório" para redimir integralmente a humanidade pecadora. André seguiu Jesus ao ouvir tal apresentação de João e não se conteve, indo anunciar a seu irmão, Simão, que havia "encontrado o Cristo". Então, André conduziu Simão a Jesus, que fitou seus olhos (olhou bem para ele) e disse: "Tu és Simão, filho de João; tu serás chamado Cefas" (que quer dizer "Pedra").

"Encontramos o Cristo!", anuncia André. Simão quis encontrá-lo e foi até Ele. Jesus mudou o seu nome para "Pedra", "Rocha". É lindo perceber que, quando nos deixamos invadir pela Palavra de Deus, também podemos  conduzir muita gente ao Cristo. Pela Palavra nós o encontramos e com Ele permanecemos. Nós o procuramos e nele achamos tudo o que possa preencher perenemente o nosso coração. Um coração que ama a Cristo é totalmente preenchido por sua presença.

Duas coisas nos são essenciais: querer ver onde Cristo está e permanecer com Ele, e encontrá-lo verdadeiramente pela Palavra anunciada. Alguém foi para nós portador dessa Palavra que nos conduz ao Messias e também devemos portar essa Boa Nova para o mundo. Sejamos fundamentados na Palavra e doutrina dos apóstolos que, liderados por um pobre e simples pescador, tornou-se "pedra" e coluna edificante da nossa fé.

Minha sugestão para a oração de hoje é a canção "Não me pertenço mais", do Ministério Amor e Adoração, da Canção Nova.



Bom dia e ótima semana a todos!


Eduardo Parreiras

sábado, 14 de janeiro de 2012

OS TEMPOS MUDAM...



Hoje o sol resolveu dar as caras, numa tentativa de ver de novo a felicidade nos rostos tristes, estampados de chuva.

Os céus se abriram para colorir de azul os olhos de quem já só enxergava as coisas gris.


Os ventos sopram para renovar a atmosfera de cada um, que enobrece um pouco mais a cada monção que chega.

Os tons de verde encharcam as molduras da paisagem que se abre em novas alegrias.

Os caminhos, embora sejam os mesmos, estão mais coloridos, indicando a direção certeira...

O orvalho vem, pela noite, dignificando tudo, para dar lugar a uma nova beleza... até o dia seguinte!



RAIO DE SOL
Ir. Kelly Patrícia



Bom sábado a todos!!!


Eduardo Parreiras

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

FELICIDADE



"Vós me ensinais vosso caminho para a vida; junto a vós, felicidade sem limites, delícia eterna e alegria ao vosso lado!"
Sl 15/16, 11

Providencialmente, este é o salmo das completas na Liturgia das Horas hoje, quinta-feira.



Quero falar hoje da felicidade. O que ela contém? O que ela pode oferecer? Como ela se manifesta? Como se faz para alcançá-la? O que ela é?


Nem todos sabemos ao certo o que é a felicidade, mas todos queremos tê-la. Por que todos querem ser felizes, mas nem todos se esforçam por alcançar o estado de graça almejado? Por que o inconformismo dura muito mais que o breve instante de decisão que pode mover o ser para que seja feliz?

Bem. A felicidade não é, de fato, para todos... mas para alguns. Explico-me.

A felicidade é simples demais para a complicação humana. O homem é um ser complexo por excelência. Quanto mais busca a praticidade da vida com tecnologias mirabolantes, mais tem dificuldades para encontrar a felicidade simplesmente.


As pessoas não conseguem ser felizes porque não tem um carro, uma casa, um bom emprego, as amizades que desejariam ter. Não nasceram na família que queriam; não conseguem acompanhar o desenvolvimento tecnológico e ficam à mercê da ditadura do consumismo.

Homens e mulheres estão infelizes com sua forma física, mas não abrem mão de breves momentos de alegria diante de uma prato bem gorduroso e nada saudável. Buscam a felicidade no corpo perfeito, mas esquecem-se de que a simplicidade da vida é que garante a saúde. Na busca desenfreada pela beleza ganham de brinde a falta de saúde. Os exageros para alcançar um bem tornam-se um mal, muitas vezes, irremediável.

Ser feliz é tão simples que, geralmente, pode se definir esse estado de vida tão desejado com palavras únicas, sem formar frases. Vou dar exemplos:

Sorriso...

Abraço...

Carinho...

Ouvir...

Falar...

Andar...

Comer (bem)...

Dormir...

Namorar...

Beijar...

Amizade...


Céu...

Solidão (é necessária)...

Oração...

Amor...

E o mais importante de tudo... DEUS!


Reclama-se muito o fato de a padaria estar longe demais (dois quarteirões) para ir a pé. Vai-se de carro e esquece-se da graça de ter saúde e poder andar. Reclama-se demais pela demora, mas não se tem paciência de ficar apenas 10 minutos do dia em oração e comunhão com Deus.

Todo santo é feliz. Não há como não ser. Quem é feliz com Deus, não perde a alegria perene nem com o sofrimento, porque Deus é amor e quem ama permanece Nele.

Sejamos felizes. Deus se alegrará com isso.


Hoje sugiro a canção "Feliz", de Bruno Camurati


Até mais!!!!


Eduardo Parreiras

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

O DIÁLOGO DA TRINDADE

O mundo envolto em trevas. A luz era necessária...

"Quem vai iluminar o mundo?" Disse o primeiro.

"Eu", disse o segundo.
"Mas, como isso se fará?" disse o mesmo.

"Eu farei tudo acontecer como deverá ser", disse o terceiro.

E então se fez. O segundo foi ao mundo levar a luz, onde havia somente trevas. O terceiro, abrindo caminho para que o segundo o fizesse, foi sustentando a árdua missão de dissipar a escuridão. O primeiro, observando o que os dois outros faziam, disse que tudo era bom.

E assim, tudo se fez.

Surrealidade, pão e vento. E tudo surgiu.




Eduardo Parreiras

CONSAGRADOS PARA AMAR

Louvado seja o nosso Senhor Jesus Cristo!

Hoje venho partilhar com vocês a graça de ter participado da grande festa da Família Espiritual do Instituto das Irmãs Beneditinas da Divina Providência, ocorrida no último domingo, festa da Epifania do Senhor. A congregação celebrou nesse dia a profissão religiosa de três noviças, agora Irmãs Beatriz, Francinete e Sônia, e o jubileu de 25, 50, 60 e 80 anos de vida consagrada de outras religiosas, que há décadas dedicam suas vidas à missão e ao serviço do Evangelho.

Nosso grupo era formado por mim, Ana Magna (fidelíssima leitora e excelente comentadora deste blog), Ana Beatriz, Sônia de Lourdes (também leitoras assíduas do blog), Ambrósio, D. Zilda e o motorista da Kombi, Sr. Cléber. Chegamos ao colégio pela tarde de sábado.

À esquerda, Sônia de Lourdes, nossa formadora

Eu, Ana Magna, Ana Beatriz e Ambrósio

Irmãs Beneditinas da Divina Providência
A acolhida no Instituto São Pio X em Osasco/SP foi maravilhosa. A Ir. Luzia nos recebeu cantando "Oh, Minas Gerais!", acolhendo nosso grupo de Contagem. Que alegria! Que presença de Deus!!! Pude ficar horas conversando com ela, no sábado à noite. A simplicidade dela me edificou tanto que voltei uma pessoa mais simples de lá. Ela me contava das "má notas" das Irmãs, em viagem ou em missão. Eu ria demais, sem compromisso com o excesso de respeito. Os quartos do Lar "Madre Benedita" estavam impecáveis, como sempre! As irmãs zelam com muito carinho e cuidado pelo espaço de acolhida. É o carinho de Deus sendo dispensado por mãos humanas.

No domingo pela manhã, tivemos a belíssima solenidade da Epifania do Senhor, presidida pelo Exmo. Bispo Diocesano de Osasco, D. Ercílio Turco, e concelebrada pelos Rvmos. Pe. Pedro (Santa Rosa de Viterbo - SP) e Pe. Jean (Varginha - MG).


As irmãs, todas em hábito solene marrom, irradiaram com beleza e maestria uma alegria que só quem tem fé pode experimentar. Os sorrisos, abraços, olhares misericordiosos e ternos evidenciavam a presença de Deus a quem pôde entrar no mistério da vida consagrada. Elas evidenciam, com a própria vida, que doar-se pelo Evangelho de Cristo é um ato simples e cheio de graça, fonte inesgotável do amor de Deus pelos homens.

Pude rever irmãs que há muito tempo não via, e outras que pude ver há pouco prazo. Irs. Irma, Meiriane, Maria Aparecida, Madalena, Amélia, Maria Della Giustina, dentre tantas. Ir. Bárbara, Madre Provincial, também nos acolheu com uma simplicidade enorme e espontânea. Às outras irmãs que não sei o nome, fica também minha gratidão por esses dois dias tão intensos!

Eu e Ir. Meiriane

A consagração a Deus é algo tremendo e que eu também busco. Ser só Dele. É uma meta que eu ainda vou alcançar. Não consigo pensar em outra coisa a cada instante a não ser no Deus que me criou, me ama e mantém. É nele que eu fundamento minha esperança; é nele que eu busco a verdade que me acalma e onde alcanço a felicidade.

Uma irmã é especial para mim e, tenho certeza, para o grupo de Contagem: Ir. Márcia. Essa mulher transmite uma presença de Deus que eu não consigo explicar em palavras. Só conhecendo para entender. O olhar dela parece não ter fundos... transparece a eternidade. De fato, a contemplação da eternidade é só para aqueles que se deixam inundar por ela, e Ir. Márcia me deixa claro que o céu está próximo. A simplicidade dela é muito próxima à de Maria, que não se cansou de ouvir o Senhor em Betânia. "A ela foi reservada a melhor parte, que não lhe será tirada." (Lc 10,42). O carinho dela é diferente, como de quem não precisa tocar nas chagas do Senhor para crer, como aconteceu com Tomé. Sua fé é genuinamente simples e fundamentada no amor.

A vida consagrada é isso: viver no amor, do amor e para o amor. Eu quero abraçar isso com todas as forças do meu coração, e sei que o momento chegou. Já estou vivendo um tempo de graça, mas quando Deus chama é preciso confirmar nas oficialidades da Igreja. Só me resta postar uma frase do meu querido Santo Agostinho: "Dá-me o que me mandas, e manda-me o que queiras de mim..."

Não tenhamos medo de nos consagrar ao Senhor. Ele chama e quer a nossa felicidade completa no serviço a Ele e aos irmãos. Vivamos o amor que não busca os interesses próprios, mas sai de si mesmo em direção oposta, sempre para o outro que é objeto desse amor...

Para nossa contemplação de hoje, sugiro a canção "Consagrado para amar", de Eliana Ribeiro.




Abraços... Deus nos abençoe e renove nossa vocação... sempre!

Eduardo Parreiras



sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

VENIMUS ADORARE EUM!

Boa tarde!

É com muita alegria que estou me preparando para fazer uma breve, mas importante viagem. Neste próximo domingo, algumas noviças da Congregação das Irmãs Beneditinas da Divina Providência - IBDP - farão sua primeira profissão religiosa no Insituto São Pio X, em Osasco - SP. Lá estarei com meus irmãos de caminhada vocacional de leigos oblatos, nossa formadora, e as irmãs do noviciado N. Sra. Aparecida, em Contagem - MG. Além dos primeiros votos, várias irmãs celebrarão 25 e 50 anos de profissão religiosa, motivo pelo qual meu coração se alegra muito! Pura manifestação da graça de Deus no mundo!

Estas festividades coincidem com a Solenidade da Epifania do Senhor, que é a celebração de sua primeira manifestação no mundo desde o seu nascimento. E qual seria tal manifestação de Cristo entre nós?

Recordando as palavras do Santo Evangelho, sabemos que os magos do oriente, seguindo a estrela, foram até Belém para a adorar Jesus. Tal adoração, enquanto devoção máxima à divindade, "manifesta" de modo admiravelmente simples a presença do Messias entre nós.


Gaspar, Baltazar e Belchior não foram até a estrebaria de mãos vazias, mas levaram presentes: ouro, incenso e mirra. O ouro representa a realeza, a riqueza que contém o Cristo, nascido Rei na pobreza entre as palhas da manjedoura. O incenso remete ao reconhecimento de Cristo como Deus, suave em odor que se eleva ao céu. Por sua vez, a mirra representa o sacrifício de Cristo, que se consome inteiro pela humanidade, objeto de seu amor e razão única e verdadeira de sua encarnação.

A estrela, que se moveu do oriente para o ocidente, nos indica que a totalidade da terra deve adorar o Rei que nasceu como Deus nesse nosso mundo infame. Os céus desceram à terra, em um convite perpétuo à conversão.

Interessante perceber que, entre a grande festa do Natal do Senhor e a Epifania, passamos pela celebração de Maria, Mãe de Deus. Ela, toda santa e imaculada em si mesma, com o seu sim trouxe ao mundo o Emanuel que, agora, é adorado como verdadeiro homem e verdadeiro Deus.

"Deum de Deo, lumen de lumine; Deum Verum de Deo Vero", reza o credo nicenoconstantinopolitano. "Deus de Deus, luz da lua; Deus verdadeiro de Deus verdadeiro." Deus feito homem que repousa sob os cuidados de um homem e de uma mulher. Deus que se fez pequeno para tornar o homem grande. Deus que se manifestou em meio à pobreza para enriquecer o homem. Deus que não suportou a saudade da criatura preferida e veio assumir tal natureza, para permanecer sempre próximo.


A Oração Eucarística V, composta durante o Congresso Eucarística Nacional de Manaus, no ano de 1975, reza de modo lindo e perfeito o mistério dessa manifestação de Deus em nosso mundo:

"Senhor, vós sempre quisestes ficar muito perto de nós, vivendo conosco no Cristo, falando conosco por Ele..."

Em Jesus, Deus quis estar entre nós para nos remir do pecado, e reintroduzir-nos no paraíso de seu amor.  E Maria, virgem e mãe, cuidou para que Ele não deixasse de visitar esta terra de pecado, tornando-se para nós a grande Mediadora entre o Emanuel e nós. Sem o seu sim, nada teria sido feito. Em Maria, a humanidade tem a possibilidade de combater o "não" de Eva com o "sim" à encarnação do Verbo. Ela, Mãe de Deus na manjedoura, tornou-se também nossa mãe aos pés da cruz. De curadora de Deus na estrebaria, tornou-se curadora da humanidade no Calvário.

Maria, Mãe de Deus e nossa, nos apresenta todos os dias o seu Filho, para que seja adorado. E qual presente temos para Ele em mãos? Ele quer, como ouro, incenso e mirra, o nosso coração, que viverá de sua realeza, obediência e sacrifício.

Que cada batida do nosso coração seja fundamentada em Belém. É lá que encontramos o Cristo, nosso Deus-irmão que se fez tudo no nada, para que o nosso nada seja tudo. Deixemos acontecer uma nova Epifania em nossa vida. Permitamos que o Cristo se manifeste em nós de novo. Vale a pena.

Deixo uma belíssima música de nosso querido Walmir Alencar como fonte de inspiração nesta tarde. Esta letra me faz lembrar das Ir. Beneditinas da Divina Providência, que se "simplesmente amam" e deixam esse amor invadir o mundo ao seu redor.

SIMPLESMENTE AMAR
Walmir Alencar - Min. Adoração e Vida


Abraços!

Eduardo Parreiras


quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

DEUS-CONOSCO, EMANUEL

Boa tarde, irmãos e irmãs!!! Graça e paz da parte de Nosso Senhor Jesus Cristo!

"Hoje nasceu para nós um menino, e um filho nos foi dado.
Grande será o seu reino e a paz não há de ter fim..."
(Is 9,1-6)


Passadas as festividades de Natal e Ano Novo, iniciamos o período de férias, no qual tenho mais tempo para escrever. Confesso que a correria do final do ano me cansa demais, e não consigo ter inspiração para as letras. Mesmo não participando do consumismo enfurecido do período anterior às festas, a sociedade de um modo geral nos leva em sua carreira, com trânsito infernal e ruas abarrotadas de pessoas falsamente alegres.

Quando eu era criança, o Natal era como um sonho pra mim. Eu o aguardava o ano todo, pois amava o clima de festividades e os presentes que ganhava. A ceia de Natal, tradição memorável da minha família mais ampla (eu, meus pais, avós, primos e tios), sempre foi celebrada com muita fartura e alegria. E meu coração cresceu por esta espera anual de um tempo que me fazia um bem enorme. As luzes das ruas, casas e prédios públicos me encantavam. Ir à Praça da Liberdade, na região central de Belo Horizonte, era um dos meus programas favoritos do fim do ano.

Hoje, alcançando a maturidade do corpo e da alma, o Natal mudou muito em minha vida. Desde a primeira vez que ouvi o prólogo do Evangelho de São João que diz: "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós!", eu me deixei ser transpassado por essa graça. Desde então, eu nunca mais deixei que entrasse em minha casa a figura do papai noel, para dar lugar à pequena figura central do presépio. O Natal passou de sonho a realidade na minha vida.

Eu creio no Natal. Eu celebro. Vivo. Amo. Proclamo. "Ele está no meio de nós!" Em todas as Santas Missas que participamos, nós proclamamos a graça do Nascimento de Cristo e sua permanência entre nós. Isso é tão real que se tornou palpável no mistério pascal do Senhor, que se doa a nós perpetuamente na Eucaristia.

Celebrar o Natal é celebrar a Vida que ilumina a minha vida, é deixar que meu ser seja inundado pela misericórdia de um Deus inquieto com minha natureza humana pecadora. Um Deus tão grande que se fez tão pequeno, alimento desde o dia em que nasceu. Este mesmo Deus sustenta a nossa alma e nos indica o caminho, às vezes por estrela, às vezes por constelações inteiras. Refiro-me aos Santos que estão no céu, canonizados pela Igreja, que nos indicam, com o testemunho de sua vida de fé, onde está o Cristo que amamos. Primeiro, a estrela levou os pastores a Belém; agora, na Nova Jerusalém (que é a Igreja), os Santos nos mostram, muitos deles com o próprio sangue, onde está o Emanuel.

Nós cristãos precisamos viver da graça. Não há mais espaço nem tempo para desperdiçar. Temos que viver o Evangelho e entrar com tudo no mistério da encarnação, paixão, morte e ressurreição do Senhor, para que o mundo creia. O nome de Cristo depende da nossa renúncia. Como não temos a coragem de nos entregar por inteiro, no melhor estilo "vem e segue-me", o mundo está sufocando o cristianismo, apagando a sua luz.

Mas Belém ilumina o mundo. Menos ainda, a estrebaria é a alegria do mundo. Ainda menos... a manjedoura alimenta o mundo.


Eu estou preso nessa liberdade que me joga para o céu, de amar e ser amado, dar e receber. Deus-conosco, Emanuel, amado de nossas almas, precisa agir no mundo. E que eu não seja um entrave nesse processo.

Pelo nascimento de Jesus em nosso triste mundo, sejamos, no mínimo, propagadores de sua boa nova, que anunciam: "Et Verbum caro factum est, et habitavit in nobis!" (Jo 1,14)

Para nossa reflexão, deixo o canto "Verbum Panis", do Ministério Amor e Adoração, da Canção Nova. Um dos mais belos cantos de comunhão que eu já ouvi na vida, e que me quebranta diante do Mistério Eucarístico. "O Senhor está no meio de nós!"


Graça e Paz! Sempre...


Eduardo Parreiras