domingo, 31 de julho de 2011

Amigos enraizados e edificados em Cristo, e firmes na fé... Cl 2,7

Boa noite, povo amado de Deus!

Ultimamente tenho experimentado a amizade de uma forma bastante diferente. Tenho feito amigos segundo o Coração de Jesus, e a prova disso é o modo como meu círculo de amizades está sendo formado. Tenho feito amigos em torno da mesa, mas não de bar... é a mesa do Altar.


Já publiquei um post falando disso, chamado "Eucaristicamente amigos", e hoje eu tenho um novo testemunho sobre a importância das amizades em minha vida. Hoje falarei de duas amigas, tão jovens quanto eu e com uma espiritualidade geminada à minha. Refiro-me a Ana Magna e Ana Beatriz, que comigo caminham e partilham sobre a fé.

Esses dias que antecedem meu embarque rumo à JMJ tem sido bastante difíceis no que tange à vida de oração. A ansiedade e o nervosismo atrapalham meus momentos de intimidade com Deus, e a agitação me tira do foco o céu, para onde vivo olhando. Mas meus amigos estão intercedendo por mim, e eu preciso corresponder a essa dedicação de alguma forma. As duas referidas irmãs de caminhada me surpreenderam hoje após a Santa Eucaristia. Entregaram-me um envelope, uma carta mesmo com os seguintes dizeres, que tomo a liberdade de tornar públicos, para edificar como testemunho:

"Enraizados e edificados n'Ele... firmes na fé." Cl 2,7.


Querido amigo Eduardo:


Temos certeza que viverá em Madrid uma grande festa da fé onde o Espírito de Deus agirá com força e sabedoria. Desejamos que este grandioso Encontro dê frutos abundantes na sua vida, de todos os jovens peregrinos e de toda a Igreja.


Que você e todos os jovens possam viver a experiência do Senhor Jesus ressuscitado e vivo e do seu amor por todos nós. Deixamos-lhe um belíssimo poema de Fernando Cardoso, parte integrante do livro 'O meu memorial' (Ed. Portugal Mundo).


Dia Mundial da Juventude

Juventude é sol nascente,
ditosa aurora da vida,
é mar revolto, corrente,
longínquo cais de partida.

Juventude é esperança,
chama sedenta de amor,
música, passo de dança,
é raiz, néctar e flor.

Juventude é rara graça
que Deus deu à Natureza.
Vive-a bem, que quando passa
deixa saudade e tristeza.


Ass.


Ana Beatriz de Oliveira e Ana Magna de Fátima Pereira.
31/07/2011


Confesso que fiquei extasiado. Posso perceber que a simplicidade das palavras está muito bem conjugada com a magnificência da partilha de uma fé idêntica. Junto à carta veio uma medalhinha do Imaculado Coração de Maria, no qual eu devo me espelhar e aprender, para me aproximar do Coração de Jesus. Estou convicto de que amizade não se troca, não se dá, nem pode ser emprestada ou alugada. É uma questão de conquista. É raro ver amigos que, em seus momentos de oração, lembram de seus fráteres e os entregam aos Corações de Jesus e Maria.

Só amigos que nascem desses dois corações são capazes de nos fazer chorar enquanto escrevemos em um blog. Não é choro de alegria, muito menos de tristeza. É o que os místicos da Igreja denominam de "dom das lágrimas". Sempre fico decepcionado por encontrar no mundo pessoas que não tem amigos como os que eu tenho. Tenho dó de quem só tem colegas ou vizinhos. Muita gente não tem uma experiência com Deus por não saber que essa relação se trata de uma amizade com Ele. O que seria de mim se vivesse sozinho? Até as flores são mais felizes quando não estão sós.



Ana Beatriz e Ana Magna, obrigado pela amizade. Ela me enriquece muito mais do que possam imaginar! Vocês serão entregues ao Imaculado Coração de Maria por mim no Santuário de Fátima, e ele cuidará de vocês!

Amo muito... muito mesmo!!!


Música de hoje, "Amigo é só me chamar" de Celina Borges. "O nosso Deus é cúmplice de nós!"


AMIGO É SÓ ME CHAMAR
Celina Borges



Abraços e até 28 de Agosto, se Deus quiser!

quinta-feira, 28 de julho de 2011

JMJ: 10 dias para um voo inesquecível

Boa noite, queridos!

Louvado seja o Nosso Senhor Jesus Cristo!
Para sempre seja louvado!

Quero partilhar com vocês hoje um pouco da minha expectativa para a Jornada Mundial da Juventude, que terá lugar em Madrid, nos próximos dias 16 a 21 de Agosto. Minha viagem se inicia, no entanto, no dia 7, quando embarco em Belo Horizonte rumo a Lisboa, capital portuguesa.
Esperar é o verbo mais apropriado para descrever o que vive um jovem que aguarda a JMJ. Meu grupo, composto por 15 pessoas, começou a caminhada rumo a Madrid em Junho de 2010, somando catorze meses de preparação para esse grande encontro de fé.

Fizemos cantinas na paróquia, eventos artísticos e rifas para angariar fundos que abatessem um pouco os custos da viagem; rezamos às terças e quartas-feiras. Envolvemos nossos familiares e amigos na emoção de viver uma JMJ e, junto ao Santo Padre, o Papa Bento XVI, reafirmar nossa fé, enraizada e edificada em Cristo (Cl 2,7).

De agora em diante, a expectativa se converte em nervosismo. Vacinas para tomar, euros para trocar, emissão dos bilhetes dos voos e confirmação dos locais de estadia; a mala sobre a cama e a mochila também. O passaporte está junto ao restante da documentação necessária para entrada na Europa. O corpo já reflete sinais visíveis de um cansaço que se estende por vinte meses sem férias, aguardando Agosto chegar para a viagem.

Tudo está caminhando e o dia 7 de Agosto está cada vez mais próximo. Dia 8 chegaremos pela manhã a Lisboa, de onde partiremos para o Santuário de Fátima. Iniciaremos nossa JMJ pedindo à Santíssima Virgem Maria que nos conduza à contemplação do Coração de seu Filho nesse encontro mundial da juventude católica.



Pela noite, mas no mesmo dia, partiremos de Fátima rumo a Santiago de Compostela, já na Espanha, Comuniade Autônoma da Galícia, onde conheceremos o túmulo do apóstolo Tiago. Na magnífica catedral barroca, reafirmaremos nossa fé apostólica, que desde a antiguidade iluminou os céus da Península Ibérica.





Dois dias se passarão e partiremos para Lugo, cidadezinha pacata da Galícia. Lá, conheceremos a realidade da Igreja na Espanha, experimentando um pouco das tradições e diversas manifestações de fé do povo espanhol. Teremos encontros com o clero local, assim como o bispo diocesano. A cidade orgulha-se por manter preservada a única muralha do período de dominação romana na totalidade de seu perímetro. Fundada em 25 a.C., Lugo é uma das cidades mais antigas da Ibéria.


Dia 15 partiremos em direção ao nosso destino. Madri nos espera. Imagino que o povo espanhol aguarda por nosso sorriso. Entre os dias 16 e 21, celebraremos a alegria de ser jovens católicos, que amam e doam a vida por Cristo, em sua Igreja. Dia 18 será a acolhida do Santo Padre. A noite de 20 para 21 de Agosto será o ponto máximo da JMJ, com a grande vigília, consagração da juventude ao Sagrado Coração de Jesus e celebração de envio dos jovens para o anúncio do evangelho por todo o mundo. Ao final, será anunciada a sede da próxima JMJ.






No mesmo dia 21 voaremos do Aeroporto Internacional de Barajas em Madrid para Roma, a cidade eterna. Lá, teremos a oportunidade de peregrinar pelas quatro basílicas papais -- São Pedro, São João de Latrão, São Paulo Extramuros e Santa Maria Maior. Alguns dias na capital italiana, nosso grupo se desintegrará em subgrupos, que irão conhecer outros cantos da Europa de acordo com o interesse de cada um.




Eu não poderia deixar de conhecer a Abadia do Montecassino, mosteiro que São Bento fundou no ano 529 d.C. Lá poderei contemplar a beleza da espiritualidade beneditina.





De volta ao Brasil, terei que testemunhar a fé, que foi enraizada em Cristo na JMJ. Corro ainda o sério risco de ter que assumir uma jornada mundial em solo tupiniquim. Que assim seja, amém!

HINO OFICIAL DA JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE - MADRI - 2011
VERSÃO ESPANHOLA



Para quem quiser conhecer mais sobre a Jornada Mundial da Juventude de Madri, acesse: www.madrid11.com.

Enraizado e edificado em Cristo, firme na fé! Cl 2,7

Abraços do ansioso Didu!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Abraço de Pai

Boa noite, galera!

Hoje quero partilhar com vocês uma das parábolas mais significativas dos Evangelhos, e que é a minha preferida. Refiro-me à parábola do Filho Pródigo ou, em outra forma de compreender, do Pai Misericordioso. O texto encontra-se no Evangelho de São Lucas, capítulo 15, versículos 11 a 32.


"Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao seu pai: "Pai, dá-me a parte da herança que me cabe." E o pai dividiu os bens entre eles. Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada. Quando tinha esbanjado tudo o que possuía, chegou uma grande fome àquela região, e ele começou a passar necessidade. Então, foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu sítio cuidar dos porcos. Ele queria matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam. Então caiu em si e disse: "Quantos empregados do meu pai tem pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome. Vou voltar para o meu pai e dizer-lhe: 'Pai, pequei contra Deus e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados.'
Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e foi tomado de compaixão.  Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e cobriu-o de beijos. O filho então lhe disse: 'Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho.' Mas o pai disse aos empregados: 'Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. Colocai-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei um novilho gordo e matai-o, para comermos e festejarmos. Pois este meu filho estava morto e voltou a viver; estava perdido e foi encontrado.' E começaram a festa.
O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. Então chamou um dos empregados e perguntou o que estava acontecendo. Ele respondeu: 'É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque recuperou seu filho são e salvo.' Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistiu com ele. Ele, porém, respondeu ao pai: 'Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. Mas quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com as prostitutas, matas para ele o filho gordo.'
Então o pai lhe disse: 'Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e voltou a viver, estava perdido e foi encontrado.'"

Este texto narra a vida de todo cristão, de todo homem que troca a graça de viver na presença de Deus pelas fanfarras do mundo. A lama do pecado me afasta da misericórdia tão simples do Pai...

Sinto-me por vezes como o filho mais novo que gasta os bens herdados com a vida mundana, mas sinto-me também como o filho mais velho, que não conhece o coração do pai. Revolta-se por não ganhar do pai o que o irmão indigno obteve por voltar ao seio de sua família.

A inveja é o grande mal da humanidade. É ela que move o coração do homem para o pecado; é por meio dela que nos afastamos de Deus.

Ao contrário, a misericórdia é o grande laço que resgata a aliança de Deus com seu povo. A palavra misericórdia, em sua origem latina, é a junção de duas outras palavras: miserere = miséria + cordis (cor) = coração. É o coração que se debruça sobre a miséria. A misericórdia de Deus é, portanto, o seu Coração que se debruça sobre a miséria humana. Mais difícil do que voltar é reconhecer a necessidade da volta.

O pai nos recebe de volta. Ele age sempre com misericórdia e jamais nos abandona. Como dizia Santo Agostinho, "na procura de Deus é ele que se apressa e vem correndo ao nosso encontro!"

Hoje sugiro uma música bastante conhecida, mas não tão rezada quanto deveria. Gosto muito dessa versão de "Abraço de Pai", em que Adriana canta com Walmir Alencar.


ABRAÇO DE PAI
Walmir Alencar


Volte. O Pai te espera.

Didu

sábado, 23 de julho de 2011

A Mãe do Cordeiro

Boa tarde, Galera!

Hoje vou apenas postar uma música para reflexão. É um convite à oração e reflexão. Maria, nossa mãe, é nosso maior testemunho do seguimento de Cristo. Pensem nela. A esperança não engana, e a Mãe sabia disso!

Achei linda essa gravura de Maria segurando Jesus e um cordeirinho ao colo. Bastante sugestivo, não acham?



Bom sábado e que Maria interceda por cada um!

EXEMPLO DE ESPERANÇA
Davidson Silva


Ave Maria, gratia plena, Dominus tecum.
Benedicta tu in mulieribus, benedictus fructus ventris tui, Iesus.
Sancta Maria, Mater Dei,
ora pro nobis peccatoribus,
nunc et in ora mortis nostrae.
Amen.

Abraços!

Didu

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Buscar a santidade... cantando!



O mundo precisa de músicos. Sim, daqueles que compõem e que cantam a alegria de ser de Deus, que celebra o nascer e o por do sol com a mesma candura. Precisamos de músicos que reajam a um mundo cheio de nojo, onde reina a desconfiança e o banalismo. É necessário cantar a beleza, enquanto muitos cantam o horror e o pecado.


Por que não começar a partir de mim uma melodia que transforme o mundo? O homem tem fome e sede de Deus, mas seu orgulho não permite que O encontre. Seu coração, imerso na vaidade, acredita que seu conhecimento dispensa a simplicidade e beleza de um Deus que ama grande e se faz pequeno.


O mundo precisa de músicos que cantem a voz de Deus. A Igreja precisa de músicos que não precisem abrir a boca ou tocar instrumentos para que a presença de Deus seja sentida. Urge a santidade no seio dos ministérios, nos corações, vozes, instrumentos, partituras e cifras, arranjos e composições.


Deus quer contar com músicos que se encantem com as coisas simples do céu, que sintam arrepios em um simples Sinal da Cruz no início da Santa Missa. Que a Liturgia lhes sirva de inspiração para o anúncio do Evangelho. Que a arte se converta em bênçãos...


Aos músicos católicos só resta uma saída: a amizade com Deus.


SE BASTASSE UMA CANÇÃO
Pe. Fábio de Melo








Deus abençoe os músicos!


Abraços...


Eduardo Parreiras

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Eucaristicamente amigos

Boa noite, galera!


Hoje é quinta-feira, dia de adoração à Santíssima Eucaristia. Este dia da semana é muito especial para nós católicos, pois foi o dia em que o Senhor nos deixou o seu Corpo e o seu Sangue sob o aspecto do pão e do vinho. E o sacramento da Eucaristia perpetua o sacrifício da cruz, a glória da ressurreição e o milagre da unidade.




Ontem, dia 20 de Julho, foi o dia internacional da amizade. Fiquei pensando o dia todo como surgiram as amizades que hoje cultivo. Elegi, dificilmente, os melhores amigos. Cheguei à conclusão que não os conheci na rua, mas em torno do Altar e professando a mesma fé que eu professo. Há amigos que fiz na escola e, mesmo sem viver a fé da mesma forma, partilham da mesma alegria de ter o Cristo como centro de sua vida.


Minhas amizades tem Deus por fundamento. É uma relação simples, como a forma sujeito - predicado. Entre eu e meus amigos está o Cristo, maior amigo de nossas almas. Somos um, em torno de um altar, em torno de um Deus que quer ser um em todos.




Sou amigo da Eucaristia. Ela é minha amiga também. Posso passar a semana sem ela mas, se não a encontrar no domingo, enlouqueço e a semana seguinte não começa. Meus amigos, unidos a mim pela Eucaristia, são o meu sustento. Eles são "eucaristicamente" amados por mim. Eucaristia é uma palavra grega que significa "ação de graças". É a atitude de Jesus na última ceia, quando ergueu o pão, olhou para o céu e deu graças e ofereceu o pão e o vinho aos seus amigos. É necessário oferecer mais de mim aos meus amigos. Eles caminham comigo e precisam, tanto quanto eu, comer desse pão e beber desse cálice.


Quando meus amigos estão por perto, a Eucaristia faz mais sentido. Estou cada vez mais convicto de que a Eucaristia é o Santíssimo Sacramento da amizade.




Quer saber mais de mim? Olhe para os meus amigos. De perfeitos eles não tem nada, muito menos eu. Eles refletem as minhas inconstâncias, mas tendem a me ter como objeto direto de seu amor... Amo vocês, meus amigos!!! Família eucarística que eu escolhi!


Ouçam a música que segue e tirem suas conclusões.


FRAGMENTOS
Maninho




Quando estou em fragmentos, vem os meus amigos e me juntam em um só de novo. Eucaristicamente.


Abraços!


Didu

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Meus amigos, minha vida...

20 de Julho: dia internacional da amizade.


Como falar de meus amigos? Hoje eu estou sem palavras para comentar alguma coisa sobre eles. São tão especiais que eu não tenho realmente o que escrever... Mas vamos lá... tentarei postar algumas linhas.

O mundo quer acabar com a amizade, tal como o quer fazer com a família. O amigo é o parente que se escolhe, é o coração que entra em minha história com a minha permissão, por meio de meu livre arbítrio. Eu posso querer ou não ter determinados amigos. E a forma como eu os seleciono diz muito sobre mim.

Quer me conhecer melhor? Conheça meus amigos! Eles revelam muito sobre mim. São selecionados, peneirados. Quem é meu amigo, que frequenta minha casa e viaja comigo, quem comunga o mesmo pão e percebe o que se passa em minha alma quando Jesus Eucarístico vem ao meu encontro, conhece o meu coração e serve de espelho para que eu possa ver minhas próprias misérias.

Esta semana eu ouvi de uma amiga linda, Michelle Eller, uma frase que mexeu comigo: ela disse que sentia orgulho em ser minha amiga. Isso mudou consistentemente minha forma de enxergar as pessoas. Pude perceber que eu também preciso me sentir honrado por manter determinadas amizades, pois os meus familiares escolhidos me aproximam de Deus.


Já me questionaram sobre a minha escassez de amigos que não sejam da minha comunidade paroquial, religiosa. Eu admito ter poucos amigos fora da realidade da Igreja sim, e poderia ter mais amigos fora, na intenção de fazer propagar de forma mais eficiente o Evangelho. Mas eu não consigo. É um trauma de incapacidade que vai sendo curado a passos lentos. Eu não sei me relacionar com um mundo que não entende e não aceita um Deus tão grande e misericordioso, que usa de sua eternidade para se ocupar comigo. Ele é o meu maior amigo; é o que eu mais amo. Já tenho dificuldade de esconder algumas coisas dos meus amigos na terra... imagina do Amigo do céu? Não dá. Ele sabe tudo de mim.

Eu fico sem lugar fora do meu círculo de amizades da Igreja. Sinto-me sempre colega, mas quase nunca amigo. Não sou um cara fechado o bastante para me afastar do mundo externo ao meu convívio eclesial, mas  é como se me faltasse o ar.


Meus amigos são essenciais. Ar, água, sangue, alimento... o nome deles corre em minhas veias. Mas não consigo amar minha família mais que a meus amigos, e isso acaba se tornando para mim mesmo uma dificuldade no testemunho. Mas eu sei que ainda posso ser salvo. Adivinha quem me faz pensar assim? Exatamente! Meus amigos. Eles são a prova de que o céu existe, e é a residência fixa da amizade na eternidade.

Hoje eu posto alguns vídeos de músicas que falam sobre a amizade, para a nossa reflexão sobre a fundamentação e construção do nosso ser sobre a existência dos nossos amigos e nossa relação com eles...

Não poderia deixar de citar meus amigos da internet. Eles me fazem companhia e me ensinam que eu devo seguir o caminho de Deus e me testemunham isso, especialmente Rizoniel (de João Pessoa - PB, via Twitter e longas e deliciosas partilhas sobre música no MSN) e Ana Beatriz (daqui de BH mesmo, da Rádio Gospa Mira, via Twitter e Facebook).

Não vou citar mais nomes. Quem é meu amigo conhece muito bem o destinatário deste post de hoje.

AMIGO FIEL
Com. Católica Shalom, na voz de Renan



AMIGO É SÓ ME CHAMAR
Celina Borges



ETERNOS AMIGOS
Anjos de Resgate



Amigos, amo vocês!!!!!!!!!!!!!

Didu!

terça-feira, 19 de julho de 2011

A correria nossa de cada dia

Boa noite, galera!!!!

Desde sexta-feira eu fiquei sem tempo para escrever aqui no blog. Para falar a verdade eu continuo sem tempo, mas o estresse e a ansiedade com as coisas que vão surgindo na vida me pedem uma parada no tempo. Resta-me escrever. Este é o melhor remédio contra o meu pique de cada dia.

Na correria da semana costumo me esquecer de um tanto de coisas... muitas coisas mesmo! Levo a marmita para o trabalho e esqueço a salada, ligo pra minha mãe e esqueço de marcar com o salão para cortar o cabelo; esqueci que esta é a semana da minha equipe dos ministros da Eucaristia na minha comunidade, e que devo levar a comunhão aos enfermos no sábado pela manhã, mas me esqueci disso e deixei algumas tarefas para resolver no mesmo horário.


Depois do fim de semana maravilhoso em um sítio e de cantar deliciosamente em outra paróquia com uma amiga querida, chegou a notícia do falecimento da mãe de minha amiga, a dona do sítio. Como negar o amor na segunda-feira e ausentar-me do velório em Brumadinho? Liguei para o trabalho e avisei a chefia que só chegaria no meio do expediente... Meu padrinho, internado, ficou sem minha visita, mas não sem minhas orações (disso eu não me esqueci). As idas e vindas de Brumadinho me cansaram. Foram 45 quilômetros de ida e volta que, no final das contas, somaram 180. E o amor foi me conduzindo pela estrada. Partilhei à noite com meu amigo de internet. Estava cansado e, mesmo assim, fui fazendo minha comida, seguindo minha vida de solteiro. Queria, por vezes, que o menor ponteiro do relógio desse quatro voltas em torno do eixo que o move pelo tempo, e não apenas duas...


Hoje o dia também foi intenso. O trânsito de volta para a casa estava o caos! Se os antigos filósofos gregos pudessem ver esse trânsito infernal da Grande BH eles entenderiam muito melhor o cosmo, pois contemplariam de olhos cheios o caos. Cheguei agora, com duas reuniões marcadas para o mesmo horário. Tive que escolher uma e pedir oração à galera da outra. E estou a 19 dias da viagem para a Jornada Mundial da Juventude...

Que eu não esqueça do meu coração. Ele pertence a Deus. A minha história vai sendo trilhada exatamente como a subida de Jesus ao Calvário. A cruz, a cada esquina, vai pesando mais. E a santidade precisa ser construída, custe o que custar.

Que a música não se cale esta semana. Que ela não permita que minha memória se esqueça do meu Criador. E que suas doces notas possam ressoar, mesmo que somente na minha memória. Que o tempo não me imponha a ausência constrangedora...

Para nossa reflexão, uma música básica de Pe. Fábio de Melo, que nos introduz por sua letra no mistério de ser sempre próximo de Deus.


Abraço...

Didu

sexta-feira, 15 de julho de 2011

A melodia da Paixão

A sexta-feira é, para nós cristãos, um dia fundamental de contemplação da Paixão do Senhor. Hoje, na paixão semanal de cada homem, o Cristo se doa novamente em amor a todo aquele que tem a coragem de se aproximar do Calvário. A cena, terrível aos olhos, atrai o coração daqueles sobre os quais é derramado o sangue puríssimo da salvação.


Hoje é o dia de contemplar a cruz. A dor é desejada como refrigério do espírito, e o gosto pela fé já não traz o sabor amargo de outrora. Cada ferida do Cristo Crucifixo é um ponto de pecado que se transforma em chaga mortal. Já não há mais lembrança, mas presença de pecado que se transforma em graça.

A Cruz é o lugar da adoração de cada cristão que deseja a dignidade deste nome. O movimento do olhar humano, embora seja para cima, encontra uma cabeça pendida sobre a miséria da humanidade. Um olhar, morto pelo pecado, e outro morto pela justiça divina.

A glória do cristão não está em simplesmente levar a Cruz, mas tornar-se um com ela. Creio que a sexta-feira, que para mim é o dia mais cansativo da semana, seja o dia que representa por excelência o cansaço da humanidade por carregar o pesado fardo do pecado. A paixão, vivida mais intensamente hoje, deve ser levada na alma de cada homem para que, ao chegar o terceiro dia, possa experimentar a inefável graça da ressurreição.

O altar é o nosso Calvário. Sobre ele continua sendo oferecido o único e eterno sacrifício da nossa redenção. Quando me aproximo do altar, sei que me aproximo do local sagrado e sangrado, no qual foi imolado o Cordeiro Santo. O instrumento de sacrifício é de madeira, matéria viva que gera a morte para a vida. A paixão, vivida intensamente, é a melodia mais bela de cada cristão que vive da vida que brota da cruz.

Abraçar a cruz é desejar tê-la na vida; beijá-la é ter o Deus que nela morre. Tê-la é possuir o amor que dela brota.

Adoremos. A cruz é o ponto de intercessão entre o céu e nós.

Uma lindíssima música de Pe. Alex Favarato, CP, reitor do Santuário São Paulo da Cruz em Belo Horizonte. Com ele, canta a querida Patrícia Cardoso, com quem já tive a honra de estudar um pouco de canto, dona de uma voz cheia de poder celestial.


Abraço!

Didu

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Crer e cantar... eis a razão


“Se quereis saber o que cremos, vinde ouvir o que cantamos!”
Santo Agostinho


Eu creio. Esta é uma expressão forte ou, como dizemos, curta e grossa. Crer é bem diferente de acreditar, pois exige adesão, e não um simples e imparcial ato de dar crédito. Crer é definitivo, enquanto acreditar é passageiro.

Minha profissão de fé no catolicismo começa no “creio”. Minha renovação das promessas do batismo no sábado santo também se resumem ao “creio”. É uma livre escolha da minha parte, mas que se impõe diante do inefável amor de Deus.

A fé que eu professo deve estar nítida na música que eu canto. É preciso que a adesão seja inteira, completa e irrevogável, embora eu não seja um ser inteiro, completo e totalmente seguro. É que grita a minha condição humana, herdeira do pecado original... assunto para outra hora.

Tenho que crer naquilo que eu canto e cantar aquilo que eu creio. Tenho que aderir à música, em sua letra e melodia. Viver a melodia e rezar com a letra; ter Deus em minha vida em verso e prosa. Poder cantar a poesia que é viver em Cristo.

A nossa música católica é canal de graça para o mundo secularizado e dessacralizado. É a arte da evangelização em notas. A vida do músico católico tem que ter harmonia. Seja em clave de Sol ou ato de Fé.

Ensaio é fácil. Difícil é o testemunho.

A seguir, uma canção lindíssima interpretada por nossa querida Adriana.



Abraços!

Eduardo Parreiras

terça-feira, 12 de julho de 2011

Partilha


Olá, irmãos de fé!

Ontem tive uma experiência nova com a música. Em 13 anos de caminhada na música eu ainda não tinha cantado pela internet. E ontem foi muito interessante a partilha que fiz. Aprendi muito.


Durante esses últimos dias, em preparação para a JMJ de Madrid em Agosto próximo, conheci pela internet pessoas que também estarão lá e que partilham comigo o dom da música, a exemplo de meu novo amigo Rizoniel, de João Pessoa – PB.

Entre conversas no Twitter, resolvemos partilhar pelo MSN. Foi muito legal! Ele cantava de lá, e eu de cá, em uma tentativa de conhecer um pouco mais a voz e os gostos do outro. Falamos sobre Ministério Adoração e Vida, Pe. Fábio de Melo, Adriana... rimos dos nossos sotaques tão diferentes (vixi, bichim! Uai, é mêss?, rsrsrs) e nos divertimos falando de nossas tão longínquas capitais (de Belo Horizonte a João Pessoa são, segundo o Google Maps, 2.150 km aproximadamente!).

Embora tenhamos laços históricos e políticos, somos dois jovens que temos laços que se convergem para a fé por meio da música. E que partilha gostosa!

Liguei meu microfone aqui, e ele lá. Não funcionava! Ficava baixo; cortava, picava, esmiuçava a voz. Ele não me ouvia bem, mas eu o ouvia perfeitamente. Depois, a conexão se estabilizou e conseguimos ficar bastante tempo conversando, até que começamos a cantar. Eu, sem poder explorar minha voz por estar ainda rouco (ressaca do evento BH Em Santidade com Ministério Adoração e Vida no sábado, 9 de Julho) e por medo da síndica do meu prédio me despejar do condomínio por incômodo sonoro! Rsrsrs Na cozinha, a panela de pressão sobre o fogo, cozinhando feijão. Vida de solteiro é deliciosamente difícil.

Pela primeira vez partilhei a música com alguém que, como eu, é apaixonado por música e pela nossa bela (muitas vezes injustamente desconhecida) música católica. É uma pena a geografia não ajudar. Seria o máximo misturar o mineirês e o paraibano em um único som de um ministério de música...

A unidade da Igreja, nestas horas, é bem visível. Quase palpável. Duas pessoas tão distantes com sentimentos e uma fé tão próximos. A percepção musical é quase a mesma. A extensão vocal também. Somos bem parecidos.

O MSN foi um canal de graça ontem. Dormi tranquilamente, às 2 h da matina, para levantar-me às 6 h. Ainda refoguei o feijão, aquele mesmo que estava cozinhando às 23 h da noite anterior. Passei os bifes. Montei meu almoço para trazer ao trabalho. Cheguei à empresa e comecei a atender telefonemas pedindo informações sobre eventos. Rotina continua a mesma.

Continuo apaixonado pela música, porém um pouco mais hoje. E a Igreja, cada dia sugando mais do meu amor por ela... Tenho que aproveitar o dom. Afinal, quanto tempo eu tenho?

Na partilha de hoje, um vídeo da música "Quanto tempo você tem?" do nosso grande Bruno Camurati.


Partilhar é bom. E preciso!

Abraço para meu novo amigo do maravilhoso nordeste brasileiro, Rizoniel. Da “mais verde do Brasil”, João Pessoa, para o mundo!

Até mais!

domingo, 10 de julho de 2011

Alessandra Salles

Pessoal!

Fiquei conhecendo somente ontem o trabalho de Alessandra Salles, embora tenha ouvido por alto algumas músicas dela. O show de abertura para o Ministério Adoração e Vida foi muito mais que um simples ritual já rotineiro em eventos de música. Foi um presente de Deus para que BH viva mais em Santidade.


Com músicas também comprometedoras, assim como as do MAV, Alessandra fez, na verdade, uma grande e linda adoração. Banda linda demais, backings perfeitos! Prestei atenção a tudo e o que me chamou a atenção foi a participação de outras três mulheres de fibra que tem tudo para deslanchar na música católica, levando a palavra de Deus: Flaviane Montenegro, Lucimare Nascimento e Laís Mota. A veterana Celina estava lá em cima, no alto das arquibancadas, babando com a apresentação dos irmãos e irmãs de ministério. E eu cá embaixo, babando com tudo e com todos!

Não posso escrever muito ainda sobre as músicas de Alessandra Salles. Preciso urgentemente conhecer melhor seu trabalho, e começar a rezar com ele e por ele.

Posto logo abaixo um vídeo do Youtube da música "Vaso de barro", tema de seu CD.



O vaso, mesmo de barro, contém um imenso e riquíssimo tesouro. Vale a pena abrir e conferir!

Abraços!


Didu

Ministério "Em Santidade"

Olá, queridos!

Consegui sobreviver a mais um show do Ministério Adoração e Vida. A bem da verdade, não foi um show, mas um tempo da graça que se derramou no Chevrolet Hall ontem à noite, em BH. Estou me sentindo envergonhado  por não viver ainda um cristianismo inteiro, simples e cheio de amor como o Cristo Senhor quer. Percebi pelo evento de ontem que Deus me chama à conversão e a uma vida de alegria na santidade.



Ontem à noite Deus não me chamou. Ele berrou aos meus ouvidos! "Quem é que vai trilhar este caminho? Quem é que vai seguir a Jesus Cristo? Quem é que tem coragem de dizer que 'sim, contigo eu vou'"? Gritei aos quatro ventos a resposta: "Eu vou!" Mas senti uma força diferente, um "ar de adoração" que pairava sobre o lugar. Era uma intimação vinda do céu, uma convocação urgente para seguir esse caminho pelo qual eu nunca me decido inteiramente.

Fui para o BH em Santidade achando sairia de lá aos cacos. Como a lógica de Deus é sempre diferente da nossa e perfeita, hoje posso perceber que eu "cheguei" lá destruído, desmontado em mim mesmo. Mas aquelas palavras cantadas com arte e a mais pura santidade colheram meus pedaços e juntaram de novo, formando um novo Didu. Quanta responsabilidade dizer "Eu vou"!!! É lindo dizer isso no entusiasmo de um show maravilhoso, mas não dá pra ficar só lá, diante de um Ministério abençoado que me faz tremer diante da grandeza e da realeza de Deus. Mas agora chegou o momento de trazer para a vida o que eu cantei. Fato.

Tenho sempre o hábito de me deter nas músicas para entender bem as letras. Por vezes o excesso de subjetividade da letra me joga para dentro de mim mesmo, criando uma interpretação própria à minha realidade, que pode até fugir da intenção do compositor. Preciso começar a recompor as músicas que ouço para viabilizar mais agilidade ao processo da minha conversão. Fato também.

Rezei muito esta semana. Rezei por mim, para que pudesse transformar minha vida pelas músicas dos shows e pelos músicos, para que tivessem humildade e unção para levar a palavra de Deus pelo dom da música. Fui ontem ao Chevrolet Hall com praticamente todas as músicas do novo CD decoradas e rezadas, até mesmo partilhadas com alguns amigos. Mas o que mais me tocou mesmo foram as três bofetadas da música "Lugar de adoração e vida", que me deram hoje o pesado fardo de repensar a minha caminhada. Detesto discutir relações comigo mesmo. Mas é necessário.


Parece que um novo momento de conversão surge na minha vida, mais uma vez pela voz de Walmir Alencar. Não só dele, mas de todo o Ministério Adoração e Vida que ministraram pra mim ontem uma "adoração verdadeira" que gera uma "nova vida".

Essa tem sido minha vida ultimamente. Com Walmires e Fátimas a cantar e me encantar, colocando-me contra a parece de meu medo de dizer sim a Deus!

Música para hoje: "Lugar de Adoração e Vida" CD "Em Santidade"



Até mais!!!


Eduardo

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Belo Horizonte em Santidade

Olá, povo lindo de Deus!

Amanhã haverá em Belo Horizonte, a partir das 21 h no Chevrolet Hall, o evento "BH em Santidade", com apresentações de Alessandra Sales (prata da casa!) e Ministério Adoração e Vida. Estou bastante ansioso por aguardar uma nova experiência com Deus por meio da boa música católica.

Meu primeiro encontro com Deus aconteceu por meio da voz de dois grandes -- e humildes -- músicos: Tom de Minas e Walmir Alencar, no III Congresso Arquidiocesano da RCC de BH. Foi no ano de 1998, no ginásio do Cefet, na capital mineira.

Lembro-me bem de Tom dando testemunho do exercício de seu ministério de música em um hospital. Ele falava de sua experiência na ala pediátrica de queimados de um hospital de Belo Horizonte (não me lembro qual). Dizia que, enquanto as crianças sofriam com os curativos de queimaduras graves, cantava e louvava a Deus com o dom da música. Dizia também que os pequenos gemiam menos, como que anestesiados pela beleza da canção.

Logo depois, nosso querido Walmir Alencar (então pertencente à banda Vida Reluz) fazia uma pregação cujo conteúdo eu não me lembro. Mas a música que ele cantou ao fim de suas palavras me renderam boas lágrimas: "Celebra a vitória". Amo até hoje essa música e ela me ajuda a celebrar a vitória da vida a cada novo dia que surge.

Amanhã, no BH em Santidade, poderei reviver bastante do meu primeiro encontro com a música. Walmir estará lá, mas sei que Deus é quem realizará sua obra em mim por meio de sua voz.

As composições desse novo trabalho do Ministério Adoração e Vida são, para minha vivência como um cristão (e músico) católico, constrangedoras. Explico o porquê.


Na primeira música intitulada "Eu abro mão", já sou convidado a extrair de mim mesmo o egoísmo. "Eu abro mão de tudo por tua presença" é uma frase de efeito que me impele ao desapego para ter somente Deus como centro da minha vida. Logo após, na canção "Convém", sinto-me envergonhado pelos meus pecados, que contradizem diretamente a natureza para a qual eu fui criado. Em "Receba" percebo os laços de amor entre "o Espírito e a noiva" do Cordeiro, a Igreja. Todos que se aproximarem da Igreja com o coração contrito serão conduzidos, pelo Espírito de Cristo, ao Pai. Eis a conversão!

A faixa "Decididamente" dispensa comentários. Confesso ter dificuldades para ouvi-la. Sinto-me muito longe ainda de Deus. Esta belíssima canção me convoca, simultaneamente, a abraçar e confiar no projeto de Cristo para minha vida. Seguir o Cristo "Decididamente" parece ser para poucos. Mas resta a certeza de que confiar em Deus é uma "decisão" por minha parte. Fato.

"Além do véu" me faz entrar no "Santo dos Santos", atravessar todas as barreiras para me encontrar com o Cristo, aquele mesmo crucificado, morto e sepultado... ressuscitado dentre os mortos e glorioso no céu.

Sinto-me mais à vontade diante de Jesus Eucarístico quando respiro os "Ares da adoração". Ficar com Cristo é ter a mesma experiência vivida pelos discípulos de Emaús. É reconhecê-lo no partir do pão.


"Lugar de adoração e vida" talvez seja a composição mais expressiva -- ao menos para mim -- deste álbum. Espero a semana inteira para encontrar meus irmãos de caminhada; aguardo ansiosamente a Eucaristia da Páscoa semanal do domingo, dia que o Senhor fez para mim. "Cada passo Ele me ordenou, em boa companhia devo andar!" Meus amigos são os meus alicerces; são essas "boas companhias" que me foram dadas por presente. É difícil cantar o final: "Quem é que vai trilhar esse caminho? EU VOU! Quem é que vai seguir a Jesus Cristo? EU VOU! Quem é que vai dizer que 'sim, contigo eu vou'?" Isso me amarra ao amor inefável de Deus e me cobra a prática desse amor.

A doutrina da Igreja, que faz a opção pela pobreza e defesa da vida, está catequeticamente exposta na canção "Escolhe, pois, a vida". Não preciso comentar. Já foi até tema da Campanha da Fraternidade, promovida na Quaresma pela CNBB no Brasil há pouco tempo.

"A Esperança chegando" foi a música deste CD que me fez chorar. Sempre aciono a repetição para ouvir até cansar. Muitas vezes o Cristo chega coroado pelos espinhos do meu pecado. Mesmo assim eu o adoro, e nele espero. Afinal, "Cristo Salvador chegando está!" Nesta hora já não é propício o silêncio, mas deve-se ouvir incansavelmetne o "hosana"!

"Nessa estrada" é uma composição que contem uma mensagem que precisa ser transmitida, especialmente aos jovens. É o testemunho de alguém que encontrou o Cristo e vive feliz por isso!

"Em santidade", música tema do CD, é outra composição que me deixa envergonhado comigo mesmo. "Como posso eu querer que a bênção venha sobre a minha casa?" Afinal de contas, "Em santidade sobre a terra eu devo andar!" Fato!!! É da minha união com Cristo que vai nascer uma nova esperança para o mundo  que aguarda, pela minha vida, uma nova forma de viver a alegria de ser cristão. Ser de Cristo é trilhar o caminho inevitável para a santidade; ou ser santo é trilhar o caminho inevitável para o Cristo. Só depende de mim. Que Cristo seja tudo em meu nada.

Músicas do CD "Em Santidade" -- MAV -- para despertar a vontade de adquirir essa obra prima:

1 - Eu abro mão
2 - Convém
3 - Receba
4 - Decididamente
5 - Além do véu
6 - Ares da adoração
7 - Lugar de adoração e vida
8 - Escolhe, pois, a vida
9 - A Esperança chegando
10 - Nessa estrada
11 - Em santidade
12 - Em santidade (playback)

Se você ainda não tem o CD, faça uma busca pelo youtube. Lá você encontrará várias destas composições. Mas não deixe de contribuir com a obra de Deus, e adquira o seu!

Reze com essas músicas. Depois de ouvi-las insistentemente, tenho experimentado a necessidade de viver "Em santidade".

Até a próxima!


Eduardo Parreiras
Didu

O perdão

Boa noite, pessoal!

Semana muito corrida que me impediu de escrever no blog. Mas hoje presenciei uma experiência linda: o perdão!

Impressionante como o perdão derrota toda a miséria humana. A força que ele traz em si é arrebatadora e, ao mesmo tempo, canal para que o homem se reencontre consigo mesmo. Nossa sociedade nos acostuma a criar o orgulho, a vaidade e o egoísmo dentro de nós. Mas Deus quer o contrário... e dói!


Hoje vi duas jovens se abraçarem em uma situação que não cabe a mim refletir; mas cabe contemplar e festejar a vitória da vida sobre a morte, a ressurreição após a cruz, o amor que vence o ódio. A falta de perdão é alimentada pelo convívio, mesmo dentro de uma comunidade que se diz católica. Eu tenho um carinho profundo pelas duas jovens, embora não tenha ainda tanta amizade com ambas. Hoje elas me ensinaram o que deve ser o Didu que o Cristo ama, aquele mesmo Eduardo Parreiras e Silva, nascido de Pedro e Aldete, que detesta o Silva e quase perdeu uma viagem por causa desse último sobrenome.

O perdão nos ensina; é pedagógico. Não é merecido, mas necessário. Ele nos mostra a importância que o homem tem diante de Deus e o reconduz a Ele. Por isso, celebramos uma fé viva em um Cristo que reconcilia o mundo consigo, trazendo-nos de volta para o paraíso, onde não existe ódio, mágoa ou rancor. Mas, para chegar lá, é necessário sangrar o coração e a alma, até sair "sangue e água". Eis a razão pela qual o Coração de Cristo foi chagado pela lança. Alguém se lembra da visita do Papa João Paulo II ao radical muçulmano que atirou contra si na Praça de São Pedro, em uma tentativa de assassinato? Pois é... Dispensa comentários!


Às pessoas que se feriram pela minha existência, peço perdão. Peço que orem pela minha conversão. Em mim ainda há um coração que coleciona sentimentos indignos de conviverem com a palavra guardada no mesmo espaço. Mas, como não há como servir a dois senhores, é melhor ficar com a parte onde mora Deus.

Tenho a incrível capacidade de viver em pedaços, sem a coragem de juntá-los para formar meu eu. Não tenho a atitude de colar cada parte com a goma do perdão. Na verdade, devo ser restaurado.

A experiência de hoje foi muito válida pra mim. Resta agora quando terei a mesma coragem que aquela pequena gigante teve, e chegar até aqueles que são maiores que eu e entregar-lhes as minhas armas. Assim, estarei livre da obrigação de ter que matar meu eu. Fato.

Vamos rezar? Música "Maltrapilho", do nosso grande músico Maninho.


Sejamos sensíveis ao Cristo. Ele pode tudo, inclusive perdoar e ensinar como se faz isso...

Abraços!

Didu em pedaços, mas em restauração.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Rotina eucarística

“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.” (Jo 6, 54)


Olá, amigos!

Muitas coisas se passam em nossa vida despercebidamente. Temos tantas ações diárias repetitivas quantas se tornam hábito. Levantar pela manhã, calçar os chinelos, tomar banho, escovar os dentes, vestir-se, tomar o café, ler o jornal, sair para o trabalho, enfrentar o trânsito; chegar à empresa e encontrar uma mesa cheia de processos para serem analisados e despachados.

Almoçar; jogar conversa fora com os colegas; enfrentar a tarde como a última antes das férias – mesmo que as férias ainda sejam uma realidade em futuro distante. Voltar para casa, tomar um novo banho, assistir TV, ouvir a mãe reclamando da ausência apesar de uma presença só de corpo. Encontrar alguns amigos, mesmo que seja pela internet. Colocar água e comida para o cãozinho de estimação e ainda brincar dez minutos com ele. Ele transmite alegria. Preparar a cama e ler alguma coisa interessante, na esperança de que o sono logo chegue, afinal, amanhã é um novo dia cheio de trabalho.

Ao novo amanhecer, fazemos tudo de novo, e muito mais do que foi exposto. Isso tudo fazemos e não paramos para refletir sobre a importância de todas essas coisas. Não me imagino saindo de casa sem tomar banho (risos). Como é importante dar atenção ao meu cão. À minha mãe, nem se fala. Ela fala, fala, fala... eu quase sempre não entendo nada do que ela fala, mas eu sempre respondo positivamente.

Aos sábados e domingos, vêm as outras obrigações, que também realizamos automaticamente. Uma geral na limpeza da casa, do carro, do cachorro e da casinha dele; compromissos com os amigos sábado à noite e com os familiares no almoço de domingo.

Esse é um resumo da minha rotina, e coincide com a rotina da maioria dos meus amigos. Mas está faltando algo muito importante, que não foi exposto por não existir: a espiritualidade. O nosso tempo não tem espaço para oração. A contemplação ainda não é uma rotina.

Ao abrir as páginas sagradas, posso ler: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.” (Jo 6, 54) Essa afirmação me pressiona a casa instante. Sinto-me impelido a conhecer mais sobre esse Deus que promete ser alimento para sustento da minha alma. Sou impulsionado por uma promessa de alimento e de vida plena. Quando me encontro diante do mistério eucarístico, não posso outra coisa senão contemplar e tentar abraçá-lo com todas as minhas forças... mas o mistério da nossa fé vai além. Ele perpassa pelas pequenas coisas da nossa vida, da nossa história, da nossa rotina, e entra em nós, realizando a promessa de Jesus, que diz: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo.” (Mt 28, 20b). Em outro momento, os discípulos pedem a Jesus Ressuscitado: “Fica conosco, já é tarde e o dia declina.” (Lc 24, 29b)

E assim se faz um novo dia. Quando Jesus Eucarístico passa a fazer parte de nossa rotina na comunhão, na adoração, na contemplação e estudo da palavra, tudo se renova e surge uma nova esperança. Nossa rotina se renova e adquire outro sentido. A vida se colore e, aquele alimento de vida eterna faz cumprir o seu papel em meio à nossa correria: somos fortalecidos para, daqui a pouco, acordarmos para a verdadeira vida, e que ela seja em abundância...

A música de hoje nos remete ao mistério da contemplação do Cristo contido na Eucaristia.
"Em sua presença somos mendigos sentados à mesa de um Rei!"


Que o nosso desejo também seja de, com Ele, ser um!

Abraços!


Didu

domingo, 3 de julho de 2011

São Pedro e São Paulo, rogai por nós!

Hoje celebramos no Brasil a Solenidade de São Pedro e São Paulo Apóstolos. Pedro, a rocha sobre a qual Cristo fundou a sua Igreja e Paulo, que passou de perseguidor a portador do evangelho para o mundo.


Pedro (outrora Simão) recebeu do Senhor as chaves do reino dos céus e fundamentou a fé cristã: "Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo!" (Mt 16, 16) Tal profissão de fé originou as bases do corpo místico de Cristo, que é a Igreja. O apóstolo recebeu por isso "as chaves do Reino dos Céus" (Mt 16, 19a), juntamente com múnus de ligar ou desligar o céu e a terra. Este múnus (encargo) seria depois confirmado nas três afirmações da fé de Pedro: "'Pedro, tu me amas?' 'Sim, Senhor, eu te amo.' 'Apascenta as minhas ovelhas'". (Jo 21,15-17) Seu nome foi mudado por Cristo para que deixasse de ser um simples pescador para ser pescador de almas e rocha firme sobre a qual seria edificado o novo povo santo, a Igreja.

Paulo, outrora Saulo, era homem douto e perseguia os cristãos. Aprovou o martírio de Estêvão (At 7,54-8,1), devastava a Igreja, invadindo casas e arrastando homens e mulheres para a prisão (At 8, 3). No entanto, a caminho de Damasco, Saulo "viu o Senhor" e "ouviu sua voz". Ao entrar em Damasco, foi-lhe ao encontro Ananias, que lhe impôs as mãos para que caíssem de seus olhos as escamas que o impediam de ver o Cristo.     (At 9,1-20)

Pedro, a rocha da fé; Paulo, a rocha da palavra. Os dois, simples homens como nós, edificaram a Igreja e a fizeram crescer. Pedro, crucificado como o Cristo, verteu seu sangue em amor ao Filho do Homem, com quem andou e de quem teve seus pés lavados na última ceia. Paulo, decapitado por conhecer o Cristo em seu coração e levá-lo com sua inteligência a todos os povos. Paulo, também constituído apóstolo pelo próprio Senhor após sua ascensão, não o conheceu em terra, mas o proclamou corajosamente para a conversão dos homens.

Os dois apóstolos, colunas de sustentação da Igreja, são hoje celebrados. A cor litúrgica é o vermelho, lembrando o sangue de seu martírio. Em Pedro e Paulo temos que testemunhar a fé que recebemos em nosso batismo e sobre os quais está edificada. Pedro Apóstolo o Primeiro dos Apóstolos continua sua missão pela sucessão apostólica na pessoa do PAPA, para que a Igreja proclame sempre o evangelho da salvação. Paulo Apóstolo também continua sua missão em cada um de nós, que temos o dever de levar o evangelho aonde Cristo ainda não é conhecido.

Amados, não esqueçamos de uma coisa: nossa Igreja, tem nas mãos as chaves do Reino dos Céus, e tudo o que ligar na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligar na terra, será desligado nos céus. O que queremos de nós mesmos? É preciso estar ligado à Igreja, que caminha sob a primazia do ministério de Pedro, para que sejamos ligados ao céu. Precisamos caminhar com a sabedoria de Paulo, para conhecermos o caminho a seguir.

Doemos também o nosso sangue. Ele, unido ao Sangue de Cristo, garante a salvação e promove a fertilidade da Igreja.

Para nossa oração, posto uma música da Banda Dom, interpretada por Bruno Camurati, "Canção de Pedro", e uma de Celina Borges, "Enquanto louvamos".



Rezemos com São Pedro e São Paulo, apóstolos.

Abraços!

sábado, 2 de julho de 2011

Imaculado Coração de Mãe

Olá, amados!

 Hoje celebramos a festa do Imaculado Coração de Maria, no dia seguinte à solenidade do Sagrado Coração de Jesus. Maria, toda santa e pura, intercede por nós como um reflexo da santidade de seu Filho.


Ao conceber Jesus em seu ventre, Maria quis, unicamente, realizar a vontade de Deus, mesmo sem compreender exatamente qual seria o seu plano de amor. Toda imersa em Deus, aceitou conceber em seu ventre o Verbo de Deus, tornando-se o primeiro sacrário. Porém, antes de receber Jesus em seu ventre, Maria o recebeu em seu Coração, Imaculado em si mesmo, todo preservado da desobediência que gera o pecado. A prova mais concreta da Imaculada Conceição de Maria é exatamente sua obediência absoluta à vontade de Deus. Sua submissão a exaltou sobremaneira e, por isso, "todas a gerações a chamarão de bendita" (Lc 1,48). Maria, em seu serviço de amor e graça à humanidade, fez-se serva para nossa humanidade fosse exaltada pelo amor incondicional de Deus. Assim, sua humildade a exaltou (Mt 23,12) e a colocou acima de todo ser humano.

O Coração de Maria é o refúgio do pecador. É nele que podemos esconder-nos das ocasiões que nos levam ao erro e à desobediência; ele é o exemplo perfeito de seguimento a Cristo e adesão ao seu projeto salvífico. Transpassado por uma espada de dor (Lc 2,35) seu Coração suporta também as dores da humanidade, mas em forma de súplica, e não de sacrifício.

A Igreja, ao celebrar o Imaculado Coração de Maria, entrega-se toda à sua intercessão, clamando pela mãe para que o Filho atenda, como nas bodas de caná (Jo 2,1-12). Celebrar a Mãe de Deus é celebrar também a nossa Mãe. Somos filhos adotivos de Maria, por vontade de seu próprio filho pregado na cruz, em seu ato supremo de amor (Jo 19,25-27). E lá, no Calvário, estava a Mãe das Dores, sofrendo pela dor de seu Filho e esperançosa pela iminente ressurreição que haveria de dar nova chance à nossa miserável humanidade de alcançar a redenção.

Celebrar Maria é celebrar o Cristo em sua origem. Se nossa gênese está no coração de Deus, a gênese de Cristo neste mundo estava no Coração de Maria, onde Ele foi acolhido pela humanidade. Outra prova da santidade suprema de Maria é que ela o acolheu inteiramente, como Homem e como Deus; nós, pecadores, não o recebemos e o entregamos à morte, para pagar por nossos pecados (Is 53).

O Imaculado Coração de Maria é canal de efusão do Espírito Santo. Por sua intercessão, vem a nós o Paráclito, o Consolador, Advogado de nossas almas. Nós, músicos que entregamos nossas vidas e o nosso dom a Deus, precisamos achegar a cada instante a esse Coração Imaculado para que tenhamos sempre a vivência da efusão do Espírito Santo em nosso ministério.

Amemos Maria. Santa e imaculada em sua conceição. Amemos o seu Coração. Por ele chegamos ao Coração de Cristo. A ele eu entrego todos os meus parentes, amigos e afilhados. A ele eu consagro a Igreja e toda a humanidade para que, neste Coração Imaculado, possa encontrar o caminho para o Coração de Jesus.

 Para hoje, a bela composição de Walmir Alencar (mais uma dele, rsrsrs).


Vinde, Espírito Santo, vinde por meio do Imaculado Coração de Maria,
vossa amadíssima esposa!!!

Abraços!!!

Didu